O presidente nacional do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, afirmou nesta quinta-feira (17) que a anistia a Jair Bolsonaro será a condição para o partido apoiar candidatos nas eleições internas para o comando da Câmara dos Deputados e do Senado. A sigla quer garantir a retomada da elegibilidade do ex-presidente para a disputa eleitoral de 2026.
“A [proposta da] anistia não trata do assunto do Bolsonaro, nós vamos ter que fazer isso no andamento, no andar da carruagem. Temos que por isso na pauta do presidente da Câmara e do presidente do Senado a ser eleito para ter o nosso apoio”, declarou em entrevista à CNN.
Na Câmara, o partido tem 92 integrantes – é a maior bancada partidária da Casa. No Senado, são 14 congressistas do PL. As eleições serão realizadas em fevereiro de 2025, mas negociações de apoios para a sucessão de Arthur Lira (PP-AL), na Câmara, e Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no Senado, já movimentam o Congresso.
O chamado projeto da anistia está em análise e aguarda votação na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara. O texto perdoa quem participou, fez doações ou apoiou por meio de redes sociais os ataques do 8 de janeiro.
Segundo Valdemar, a proposta ainda não contempla Bolsonaro, mas a bancada do PL vai “lutar” para fazer ajustes no texto. Bolsonaro foi condenado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em junho do ano passado, e está inelegível até 2030.
Para o presidente do PL, a reversão da inelegibilidade ainda pode ser questionada no Supremo Tribunal Federal (STF), mas seria “mais fácil” por meio de uma decisão do Congresso sobre a anistia.
“Nós temos que convencer na Câmara os deputados votarem. Eu acredito que a gente convença porque esse embate com o Bolsonaro não pode ser resolvido dessa forma como foi no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]”, afirmou Valdemar.
A presidente da CCJ, Caroline De Toni (PL-SC), já reclamou que o debate da proposta está “contaminado” pelas articulações para a sucessão na Câmara. Como a CNN mostrou, deputados governistas temem uma derrota com a aprovação do texto na comissão, mas avaliam que a proposta não tem força para passar no plenário.
“Vamos incluir o Bolsonaro, vamos lutar para incluir o Bolsonaro nisso porque a condenação dele foi simplesmente absurda, só porque ele conversou com os embaixadores e disse que ela contra a urnas. Isso é uma opinião dele que tem que ser respeitada. Então, por isso, deixaram ele inelegível. Isso não existe no mundo, no planeta. Nós vamos reverter isso aí”, disse o presidente do PL.
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