terça-feira , 3 dezembro 2024
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    Após condenação de executores de Marielle, atenções se voltam ao julgamento de mandantes

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    Depois da condenação dos responsáveis pelos assassinatos da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, as atenções se voltam agora para o destino dos mandantes do crime.

    Executores das mortes, Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz foram condenados na quinta-feira (31) por um júri popular no Rio de Janeiro. 

    Já os réus acusados de serem os mandantes ainda passarão por julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). O processo já está em fase final de tramitação. São réus: 

    * deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ);
    * conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, Domingos Brazão;
    * delegado da Polícia Civil Rivaldo Barbosa;
    * major Ronald Paulo Pereira;
    * policial militar Robson Calixto Fonseca. 

    Ainda não há previsão de quando será o julgamento.  

    Por que está no STF?

    O processo contra os acusados de planejar o assassinato de Marielle está no STF por causa do possível envolvimento do deputado Chiquinho Brazão (sem partido). O relator da ação é o ministro Alexandre de Moraes.  

    Por ter mandato, Chiquinho tem o chamado “foro por prerrogativa de função” no Supremo, também conhecido como “foro privilegiado”. Quando sua menção apareceu nas investigações, o caso todo subiu para o STF. 

    Próximos passos

    O interrogatório dos cinco réus na ação terminou em 29 de outubro. As testemunhas de acusação e de defesa prestaram depoimentos entre agosto e setembro.  

    Depois dessa fase, Moraes intimou as partes – acusação e defesas – para se manifestarem sobre a necessidade de outras de diligências no caso. O prazo para essa solicitação é de cinco dias.  

    A Procuradoria-Geral da República (PGR), responsável pela acusação, pediu que a Polícia Federal PF) envie todos os relatórios e laudos periciais realizados no material apreendido no dia da prisão dos alvos. 

    A demanda foi reiterada pela defesa dos familiares de Marielle e de Anderson. Moraes autorizou o pedido na quarta (30) e a medida ainda está pendente de cumprimento.

    Depois de esgotado o prazo para pedir as diligências – que ainda está correndo – acusação e defesa terão 15 dias para apresentar suas alegações finais no caso.

    As alegações são a última etapa do processo. Nelas, as partes apresentam seus argumentos finais ao juiz ou, no caso do STF, ao relator.  

    Após as alegações, o caso fica apto para julgamento. O relator deve liberar o processo e definir qual será o modelo do julgamento (presencial ou virtual).  

    Se o caso foi enviado para julgamento presencial, o presidente da primeira turma, ministro Cristiano Zanin, define um dia para pautá-lo. Se a ação for a julgamento virtual, cabe ao próprio relator escolher a sessão.  

    Não há prazo específico para isso ocorrer.  

    No STF, as turmas voltaram a ter competência para julgar ações penais em dezembro de 2023.  

    Assim, no caso da ação contra os mandantes da morte de Marielle e Anderson, os cinco ministros da primeira turma vão julgar o processo. São eles: 

    * Cristiano Zanin (presidente);
    * Cármen Lúcia;
    * Luiz Fux;
    * Alexandre de Moraes;
    * Flávio Dino.  

    Réus

    Em junho, por unanimidade, os ministros da Primeira Turma do STF tornaram réus os cinco suspeitos de serem os mandantes das mortes de Marielle e Anderson e de participarem do planejamento dos crimes: 

     Chiquinho e Domingos Brazão respondem por homicídio e organização criminosa. Já Rivaldo Barbosa, por homicídio.  

    Ronald Paulo de Alves Pereira, policial militar apontado como ex-chefe da milícia de Muzema, na zona Oeste do Rio de Janeiro, é réu por homicídio. Robson Calixto Fonseca, assessor de Domingos Brazão, responde por organização criminosa. 

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