quinta-feira , 20 março 2025
    Economia

    BB e Caixa retomam investimentos publicitários em sites alinhados ao governo Lula

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    Sedes do Banco do Brasil e Caixa Econômica. em Brasília. (Foto: Reprodução/Agência Senado)

    O Banco do Brasil (BB) e a Caixa Econômica Federal voltaram a investir em publicidade nos sites alinhados ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações constam na página de transparência das instituições financeiras e foram divulgadas pela Folha de S. Paulo nesta quinta-feira (13).

    Segundo o jornal, os dois bancos públicos compraram espaço de publicidade nos site Brasil 247, Opera Mundi e DCM, os mesmos veículos em que eram anunciados em governos anteriores do PT. A publicidade nesses portais não ocorria desde 2016, quando ocorreu o impeachment de Dilma Rousseff, ou seja, foram interrompidas nas gestões de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL).

    Dessa vez, o BB e a Caixa também anunciaram na revista Carta Capital e no site GGN, o que não ocorreu em outros mandatos petistas.

    A reportagem revelou que as publicidades começaram em julho de 2023 na Carta Capital e no Brasil 247, e somente em junho do ano passado para os outros três veículos. Na apuração, também foi revelado que a escolha dos veículos ocorre por indicação da Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, os bancos apenas decidem quanto vão alocar em cada site, jornal ou revsta.

    O valor pago a cada veículo não é divulgado pelos bancos. No entanto, a Caixa gastou R$ 361,6 milhões com a área de publicidade entre janeiro e novembro de 2024. Já o Banco do Brasil gastou R$ 595,2 milhões em todo o ano com essa finalidade, conforme informações da Folha.

    A Gazeta do Povo entrou em contato com a Caixa e o BB, para obter mais informações sobre os investimentos em publicidade, mas ainda não obteve um retorno. O mesmo pedido foi encaminhado à Secom da Presidência.

    Página de transparência

    Em nota enviada à Gazeta do Povo, a Caixa afirmou que “os critérios de escolha de cada veículo de comunicação, a negociação comercial praticada e os objetivos a serem alcançados com cada publicação são consideradas informações estratégicas negociais e de grande relevância para manutenção da competitividade do banco no mercado financeiro”. Por isso, declarou, esses dados estão sob sigilo.

    Já o Banco do Brasil disse à Folha que sua estratégia digital “é orientada por dados e baseada nas melhores práticas de mercado, garantindo eficiência, transparência e otimização contínua dos investimentos publicitários”.

    “A definição dos veículos e plataformas que compõem o plano de mídia considera uma série de variáveis técnicas, como audiência, segmentação, segurança de marca e performance, sempre alinhadas aos objetivos institucionais do banco”, acrescentou.

    Posicionamento dos jornais e portais

    A Gazeta do Povo tentou contato com os veículos que tem investimentos de publicidade da Caixa e do BB, mas ainda não teve retorno alguns.

    À Gazeta do Povo, o portal Opera Mundi informou que houve uma “injustiça” nos governos Temer e Bolsonaro, “senão uma ilegalidade, no veto ao anúncio governamental do Governo Federal em diversos veículos independentes”. “Ao retomar essa veiculação, o Governo atual não fez nada mais do que corrigir este problema”, declara.

    “Acreditamos que os valores destinados às publicações independentes ainda não fazem jus à relevância social e econômica destes veículos, o que esperamos que seja também corrigido. As verbas de publicidade das diferentes unidades federativas não podem ser destinadas exclusivamente à mídia tradicional”, reforça o Opera Mundi.

    Para a reportagem da Folha, o Brasil 247 afirmou que os “cortes unilaterais de publicidade” realizados nos governos de Bolsonaro e Temer contrariaram “critérios técnicos e causaram prejuízos aos órgãos públicos”.

    “[O site] é um dos maiores veículos da internet brasileira, tanto em seu site como com sua TV 247. Por isso mesmo, recebe recursos de publicidade de várias empresas privadas e empresas públicas, assim como publicidade institucional de governos, de praticamente todas as forças políticas brasileiras.”, declarou o portal.

    A Carta Capital disse à Folha que “toda publicidade de anunciantes do setor público veiculada em Carta Capital, sejam governo, ministérios, estatais ou empresas de economia mista, segue rigorosamente os critérios legais e de transparência estabelecidos”.

    “A escolha de Carta Capital, uma plataforma que impacta milhões de brasileiros, como canal para dialogar com setores importantes da sociedade é eminentemente técnica”, acrescentou.

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