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Funcionários de agências federais dos Estados Unidos que foram demitidos ou que estão em estágio probatório entraram na mira de recrutamento de países adversários do governo americano, como China e Rússia. A informação foi divulgada nesta sexta-feira, 28, pela emissora americana CNN, com base em fontes familiarizadas com a Inteligência dos EUA.
As tentativas de cooptação, que usam plataformas como o Linkedin, também têm como alvo funcionários públicos que acreditam que serão desligados em breve, como resultado do plano de demissão em larga escala liderado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, e por Elon Musk, à frente do Departamento de Eficiência Governamental (Doge). Os “rivais” da Casa Branca estariam “ansiosos”, segundo a emissora, para contratar servidores frustrados e ressentidos com as demissões.
O interesse principal estaria em servidores com conhecimento sobre a infraestrutura crítica e a burocracia vital dos Estados Unidos. Uma fonte afirmou à CNN que os países procuram tirar proveito funcionários que “estão em seu momento mais vulnerável agora”. Como consequência, funcionários de carreira da CIA, agência de Inteligência dos EUA, têm discutido maneiras de mitigar possíveis retaliações a partir dos recrutamentos, de acordo com funcionários, em atividade ou antigos, do serviço de Inteligência americano.
“Não é preciso muita imaginação para ver que esses funcionários federais rejeitados, com grande conhecimento institucional, representam alvos incrivelmente atraentes para os serviços de inteligência de nossos concorrentes e adversários”, ponderou uma das fontes familiarizadas.
No início da semana, a diretora de Inteligência Nacional, Tulsi Gabbard, criticou as “ameaças” dos supostos funcionários desleais e disse que estava “curioso sobre como eles acham que essa é uma boa tática para manter seus empregos”, acrescentando: “Eles estão se expondo essencialmente ao fazer essa ameaça indireta usando seu braço de propaganda através da CNN, que eles usaram repetidamente para revelar suas cartas, que sua lealdade não é de forma alguma para a América”.
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“E esse é exatamente o tipo de pessoa que precisamos erradicar, nos livrar para que os patriotas que trabalham nessa área, que estão comprometidos com nossa missão principal, possam realmente se concentrar nisso”, concluiu ela.
+ O novo capítulo da onda de demissões promovidas por Trump e Musk
‘Não é um reality show’
Na semana passada, o Pentágono anunciou que mais de 5.000 funcionários em estágio probatório, que normalmente estão no cargo há cerca de um ano, podem ter seus contratos rescindidos em curto prazo. Por sua vez, a CIA já desligou mais de 20 oficiais pelo fim de programas de diversidade, o que levou a uma série de processos movidos pelos demitidos.
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“Isso não é reality show”, disse outro ex-oficial de inteligência. “Há consequências.”
Quase 40% dos contratos federais cancelados pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, não cortarão gastos do governo, mostram dados do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), liderado pelo magnata Elon Musk. Um terço das 2.300 rescisões registradas nas últimas semanas não gerarão qualquer economia, principal justificativa usada pelo republicano para o cerco contra agências federais desde o retorno à Casa Branca, em 20 de janeiro.
Entre os mais audaciosos planos de Musk está o programa apelidado de “Fork in the Road” (expressão que pode ser traduzida como “encruzilhada”), que propõe uma demissão voluntária a funcionários federais, permitindo que recebam seus salários e benefícios até 30 de setembro, sem precisar trabalhar presencialmente ou com os cargos eliminados ao longo do tempo.
No entanto, uma recente decisão judicial deve adiar novos passos nos planos de Musk. O juiz federal William Alsup impediu temporariamente nesta quinta-feira que o governo Trump ampliasse as demissões no Departamento de Defesa e em outras agências federais. Isso proíbe, essencialmente, que milhares de funcionários empregados recentemente tenham seus contratos rescindidos.
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