quinta-feira , 20 março 2025
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    Exército da Rússia recupera território invadido pela Ucrânia dentro de seu país

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    This handout photograph released by the Kursk Region Governov Alexei Smirnov in his Telegram channel shows damages in the town of Sudzha on August 6, 2024, caused by shelling from Ukranian forces in Russia's Kursk Region. Russia said on August 6, 2024 that it had repelled an attempted incursion by the Ukrainian army into the Kursk border region, after several operations of the same type claimed in recent months by a group of pro-kyiv fighters. According to the acting governor of the Kursk region, Alexei Smirnov, soldiers of the Ukrainian army carried out
    Região de Kursk, na Rússia (Governor of Kursk Region/AFP)

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    A Rússia afirmou nesta segunda-feira, 10, que retomou o controle de várias vilas em Kursk, região perto da fronteira com a Ucrânia que foi invadida pela vizinha em agosto passado, e que suas forças estão cercando milhares de soldados ucranianos no território russo.

    Pouco antes do início das negociações desta semana entre delegações dos Estados Unidos e da Ucrânia na Arábia Saudita, os russos se aproximaram da cidade de Sudzha, controlada pela Ucrânia. Eles já recapturaram vilas ao norte – Staraya, Novaya Sorochina e Malaya Loknya – bem como outros pequenos assentamentos ao leste.

    Nesta segunda-feira, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky se reunirá com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman em Riad, e na terça-feira, 11, uma delegação liderada por Andriy Yermak, chefe de gabinete de Zelensky, tem um encontro com o secretário de Estado americano, Marco Rubio, e outros altos funcionários da Casa Branca. O líder da Ucrânia não participará das negociações.

    Espera-se que Yermak proponha um plano de paz esboçado por Zelensky na semana passada, que exige a interrupção dos bombardeios russos com drones e mísseis, bem como a suspensão de qualquer atividade militar no Mar Negro. Até agora, no entanto, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, não demonstrou interesse em um cessar-fogo.

    A operação em Kursk

    Por sete meses, a Ucrânia manteve controle sobre um bolsão dentro do leste da Rússia. Na semana passada, soldados russo, apoiados por norte-coreanos (um contingente de 11 mil militares foram enviados por Pyongyang em novembro passado), lançaram uma grande ofensiva na região de Kursk, logo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar a suspensão da assistência militar a Kiev, bem como do compartilhamento de informações de inteligência.

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    O ex-presidente russo Dmitry Medevdev afirmou que as forças de Kiev estavam quase cercadas e logo seriam expulsas. “A tampa do caldeirão fumegante está quase fechada. A ofensiva continua”, ele escreveu em postagem no seu canal do aplicativo de mensagens Telegram.

    Há relatos de que alguns soldados ucranianos foram capturados em meio a combates intensos. A crucial estrada de suprimentos entre Sudzha e a região de Sumy, na Ucrânia, está sob constante fogo russo.

    No domingo, o Estado-Maior ucraniano comunicou que havia repelido um ataque massivo de grupos de sabotagem da Rússia. Cerca de 100 soldados russos passaram quatro dias rastejando por um gasoduto de 15 km de comprimento que leva aos arredores de Sudzha.

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    Transportadas por via aérea, forças de assalto ucranianas interceptaram alguns russos logo após emergirem. “Forças especiais russas estão sendo detectadas, bloqueadas e destruídas. As perdas inimigas na área de Sudzha são muito pesadas”, disseram os militares da Ucrânia.

    Negociações Ucrânia-EUA

    Nesta semana, Washington parece determinada a extrair mais concessões de Kiev nas negociações na Arábia Saudita. De acordo com a emissora americana NBC News, Trump quer que Zelensky ceda território à Rússia e e convoque eleições (o pleito marcado para o ano passado não ocorreu porque o país está em estado de guerra).

    No domingo, Trump sugeriu que a Ucrânia pode não conseguir sobreviver à guerra, mesmo com o apoio dos Estados Unidos. Em uma entrevista à rede conservadora Fox News, ao defender sua decisão de suspender o apoio militar, ele declarou: “Bem, (o país) pode não sobreviver de qualquer maneira.”

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    O principal consiglieri de Trump, Elon Musk, também fez um novo alerta a Kiev, que soou como ameaça. No X (ex-Twitter), ele escreveu: “Meu sistema Starlink é a espinha dorsal do exército ucraniano. Sua linha de frente entraria em colapso se eu o desligasse.”

    Isso suscitou uma repreensão do ministro das Relações Exteriores da Polônia, Radosław Sikorski, que destacou que seu governo tinha um contrato comercial com a Starlink e pagou US$ 50 milhões para a Ucrânia acessar o serviço de internet via satélite de Musk.

    “A ética de ameaçar a vítima de agressão à parte, se a SpaceX provar ser um fornecedor não confiável, seremos forçados a procurar outros fornecedores”, escreveu Sikorski no X. Engenheiros ucranianos estão explorando alternativas urgentemente.

    De acordo com o Financial Times, negociações estão ocorrendo com quatro operadoras de satélite europeias. Substituir terminais Starlink em uma linha de frente de 1.000 km levaria tempo, observou o jornal britânico.

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