segunda-feira , 12 maio 2025
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    Fábricas de roupas chinesas quebram enquanto guerra comercial com EUA atinge Shein e Temu

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    Queda de braço entre Estados Unidos e China tem impactado fábricas em Guangzhou.
    Queda de braço entre Estados Unidos e China tem impactado fábricas em Guangzhou. (Qilai Shen/Bloomberg/Getty Images)

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    Donos de pequenas fábricas chinesas fecharam as portas ou estão prestes a falir em meio às guerra tarifária entre Estados Unidos e China, informou o jornal americano The New York Times nesta segunda-feira, 5. O tarifaço do presidente Donald Trump, em paralelo ao anúncio de que taxas sobre pequenas encomendas seriam triplicadas (afetando, em especial, lojas virtuais como Shein e Temu) e o aumento dos custos da cadeia de suprimentos têm impactado os negócios de comerciantes em Guangzhou, epicentro da indústria de vestuário da China.

    Em entrevista ao NYT, Liu Miao disse que vendia peças para a Amazon, a custo de US$ 1 cada. Agora, ele recebe apenas US$ 0,50. Além da Amazon, Shein e Temu levavam produtos da China para o mundo. Ao mesmo tempo, os pacotes com valores inferiores a US$ 800 entravam nos EUA sem impostos, permitindo que as fábricas e plataformas cobrassem preços mais baixos. Nos últimos anos, exportações foram um importante pilar para o crescimento econômico chinês.

    As tensões comerciais, no entanto, influenciaram negativamente os fabricantes chineses. Liu afirmou que, no momento, “não é possível vender nada para os Estados Unidos”, já que “as tarifas estão muito altas”. Segundo o jornal, obter lucros tem sido cada vez mais difícil, embora o governo da China tenha estimulado consumidores a gastarem mais para conter os impactos do colapso do mercado imobiliário do país. Trata-se, contudo, de uma bola de neve: com os imóveis menos valorizados, a população tem optado por enxugar os gastos.

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    Trabalhadores desamparados

    Embora não sirvam para o objetivo de Pequim de impulsionar o desenvolvimento tecnológico sem dependência de outros países, as fábricas em Guangzhou empregam milhões de pessoas. Ao NYT, nove proprietários e gerentes relataram que cogitavam mudar de endereço, alguns para províncias como Hubei, onde poderiam pagar salários mais baixos. Outros pensam em trocar as operações para o Vietnã, burlando as novas tarifas dos Estados Unidos.

    O negócio de Liu é especializado em vestidos e blusinhas de praia e para encontros. No passado, a Shein costumava comprar cerca de 100 mil peças por mês. Em abril, a situação mudou e a varejista encomendou cerca de metade dessa quantidade. Por não conseguir pagar aluguel em Guangzhou, ele começou a transferir sua linha de produção para a província de Jiangxi.

    Liu disse que a Shein estava oferecendo incentivos para ajudar a cobrir o custo de transferência das operações para o Vietnã, e ele havia considerado isso, “mas então as tarifas sobre o Vietnã ficaram ainda mais altas também”. Para mitigar a situação, a China tem incentivado plataformas nacionais de comércio eletrônico a vender produtos de pequenas empresas para o mercado interno. No entanto, a cautela dos chineses em gastar dinheiro, somada à guerra comercial e aos problemas nacionais, agravam o panorama no gigante asiático.

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