A febre Oropouche, uma doença viral transmitida por mosquitos, tem se mostrado potencialmente mais perigosa para gestantes, conforme alerta do Dr. Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm). Em entrevista ao CNN Novo Dia, o especialista destacou os riscos associados à infecção durante a gravidez.
Segundo Kfouri, recentes casos em Pernambuco revelaram complicações graves em gestantes infectadas pelo vírus Oropouche. “Duas gestantes em Pernambuco tiveram perdas das suas gestações, um aborto no começo da gestação, e uma outra gestante de 30 semanas teve um óbito fetal”, relatou o infectologista.
Expansão da doença e riscos para a gravidez
A febre Oropouche, antes restrita principalmente à região Norte do Brasil, já se espalhou por 16 estados, com a Bahia registrando o maior número de casos fora da região amazônica. O dr. Kfouri ressaltou que, embora geralmente mais leve que a dengue ou a febre amarela, a doença pode apresentar complicações sérias, especialmente em gestantes.
“Há investigações de casos de microcefalia. Lembra da Zika que dava aquelas infecções na gravidez, os bebês nasciam com a malformação? Já tem investigações de pelo menos quatro casos de microcefalia também sendo investigados com testes positivos para Oropouche”, explicou o médico.
Prevenção e cuidados
Diante desse cenário, Kfouri enfatizou a importância das medidas preventivas, principalmente para as gestantes. “É fundamental nesse momento que a gente vive no país com tantas epidemias transmitidas por vetores, por mosquitos, com alta circulação de dengue, com chikungunya, com Zika vírus e também com Oropouche, que as grávidas tenham extremo cuidado, principalmente em relação ao uso de repelentes”, orientou. O especialista assegurou que o uso de repelentes é seguro durante a gravidez e não apresenta riscos para o feto.
Com o aumento dos casos e a expansão geográfica da doença, autoridades de saúde reforçam a necessidade de vigilância e medidas de controle do vetor, além da conscientização da população sobre os riscos e formas de prevenção, especialmente em áreas de maior incidência da febre Oropouche.
(Publicado por Raphael Bueno, da CNN Brasil)
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