segunda-feira , 17 março 2025
    Economia

    Governo errará de novo como fez com arroz ao tentar interferir nos alimentos, diz instituto

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    Supermercado

    Instituto Livre Mercado diz que governo não leva em consideração oferta e demanda e contas públicas que pesam nos preços. (Foto: Rodrigo Cunha/Tribuna PR)

    O presidente do Instituto Livre Mercado (ILM), Rodrigo Marinho, criticou nesta quarta (22) a possibilidade do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) editar medidas para tentar reduzir o preço dos alimentos sem levar em consideração as premissas de mercado, de oferta e procura.

    “Por mais que o ministro diga que não haverá ação artificial [tabelamento], qualquer intervenção governamental gera temor. Tentaram fazer isso no caso do arroz [após as enchentes no Rio Grande do Sul], por exemplo. Não deu certo. Eles não aprendem”, disse em entrevista ao Estadão.

    Marinho também apontou que a inflação dos alimentos está ligada a fatores econômicos estruturais, como a falta de ajuste fiscal e a desvalorização do real, e não a questões pontuais. Costa disse, no começo do ano, que os produtos ficaram mais caros por causa de “eventos climáticos” do ano passado, como as enchentes no Rio Grande do Sul e a estiagem em grande parte do país.

    “Negociar preço é o mesmo que negociar oferta e procura. Parece piada. São questões de conjuntura, mas eles acham que há passe de mágica”, afirmou, acrescentando que o instituto monitorará as medidas assim que forem detalhadas no Diário Oficial da União.

    O Instituto Livre Mercado, organização sem fins lucrativos que defende a economia de mercado e a liberdade econômica, atua na orientação da Frente Parlamentar do Livre Mercado no Congresso em temas relacionados à atividade econômica.

    Uma das propostas apresentadas pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras), a flexibilização dos prazos de validade de alimentos, gerou polêmica e foi descartada horas depois.

    A ideia, discutida em uma reunião entre a Abras e o presidente Lula, previa a possibilidade de vender produtos não perecíveis com preços reduzidos após a data de validade indicada nos rótulos. Isso exigiria mudanças nas embalagens, substituindo termos como “Válido até” por “Melhor consumir até”.

    “Essa não é a cultura do Brasil, não é a prática do Brasil, então não vejo nenhuma possibilidade dessa sugestão específica ser adotada”, afirmou Rui Costa em entrevista à CNN Brasil à noite.

    A Abras já havia proposto medidas semelhantes em 2021, mas a ideia enfrenta resistência devido ao receio de impactos na segurança alimentar e na confiança do consumidor.

    “Para não ter ruído de comunicação e ninguém ficar derivando para outras imaginações, vamos substituir a palavra ‘intervenção’ por ‘medidas’”, disse o ministro. “Reafirmo: não haverá intervenções do governo, mas a adoção de MEDIDAS para baratear os alimentos que estão na mesa do povo brasileiro”, escreveu em uma postagem na rede social X.

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