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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, está pronto para conversar por telefone com o recém-empossado presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e Moscou espera apenas o OK de Washington, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, nesta sexta-feira, 24. A indicação positiva ocorre apesar da primeira ameaça do chefe da Casa Branca para pressionar o governo russo pelo fim da guerra na Ucrânia.
Num discurso ao Fórum Econômico Mundial em Davos, Trump disse na quinta-feira 23 que queria se encontrar com Putin o mais rápido possível para encerrar o conflito e expressou seu desejo de trabalhar para cortar armas nucleares, algo que o Kremlin indicou que o líder russo também queria. No entanto, um dia antes, o novo presidente americano ameaçou impor tarifas e sanções duras contra a Rússia caso se recusasse a sentar à mesa de negociações.
Ucrânia e armas nucleares
Quando perguntado se os dois líderes usariam este fim de semana para fazer seu primeiro telefonema desde a posse do presidente americano – um primeiro passo antes de uma reunião cara a cara para conversas mais profundas –, Peskov disse: “Putin está pronto. Estamos esperando sinais (de Washington). Todos estão prontos. É difícil ler as borras de café aqui. Assim que houver algo, se houver algo, nós os informaremos.”
Trump, que discursou em Davos por meio de videochamada, disse que queria trabalhar para cortar armas nucleares, acrescentando que achava que a Rússia e a China poderiam apoiar a redução de suas próprias capacidades bélicas.
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Peskov, por sua vez, garantiu que Putin deixou claro que queria retomar as negociações de desarmamento nuclear o mais rápido possível. No entanto, destacou que as tratativas precisariam ser mais amplas do que no passado para cobrir os arsenais nucleares de outros países, incluindo os da França e do Reino Unido.
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“A bola está na quadra dos Estados Unidos, que interromperam todos os contatos substantivos com nosso país (durante o último governo)“, disse o porta-voz.
O Novo Tratado de Redução de Armas Estratégicas, ou Novo START, que limita o número de ogivas atômicas estratégicas que os Estados Unidos e a Rússia podem ter, deve expirar em 5 de fevereiro de 2026. É o último pilar restante do controle do perigoso arsenal entre as duas maiores potências nucleares do mundo.
Anexação de território ucraniano
Ao comentar sobre a demanda de Trump em Davos para que a OPEP e a Arábia Saudita reduzam o preço do petróleo – segundo ele, preços mais baixos poderiam acelerar o fim da guerra na Ucrânia –, Peskov descartou a teoria e reiterou que encerrar o conflito depende da concessão de territórios ucranianos à Rússia.
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“Este conflito não depende dos preços do petróleo. Este conflito está acontecendo por causa da ameaça à segurança nacional da Federação Russa, por causa da ameaça aos russos que vivem em territórios bem conhecidos e por causa da recusa completa dos americanos e europeus em ouvir as preocupações da Rússia”, afirmou.
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Por “territórios bem conhecidos”, Peskov se referiu a partes do leste da Ucrânia que a Rússia capturou desde o início da guerra e anexou, em ações que a maioria da comunidade internacional condenou como ilegais.
O porta-voz do Kremlin também discordou da afirmação de Trump de que Volodymyr Zelensky estava pronto para fechar um acordo de paz, apontando que o presidente ucraniano havia, em um decreto de 2022, descartado quaisquer negociações com Putin.
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“Para chegar a um acordo, é necessário manter negociações, o que Zelensky se proibiu de fazer com seu próprio decreto”, declarou.
Nesta semana, o líder da Ucrânia exigiu uma força de manutenção de paz com pelo menos 200 mil soldados europeus para evitar um novo ataque russo após qualquer acordo de cessar-fogo.
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