terça-feira , 3 dezembro 2024
    Internacional

    Marina Silva defende indígena detida na COP16 durante protesto

    marina-silva-defende-indigena-detida-na-cop16-durante-protesto

    A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, fez uma declaração em defesa indígena Txai Suruí detida durante uma manifestação na 16ª Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (COP16), em Cali, na Colômbia. “Todos nós sentimos por qualquer pessoa que tivesse vivido o que ela viveu, mas ela é uma pessoa muito relevante para todos nós. Não é só um símbolo, ela é uma pessoa com uma ação concreta, efetiva na luta dos povos indígenas, dos direitos das mulheres, dos direitos humanos”, declarou a ministra sobre Txai.

    A declaração veio após o episódio que ocorreu no final da tarde dessa quarta-feira (30), quando a ativista de Rondônia e um grupo de indígenas brasileiros exibiram cartazes contra Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 48, que cria um marco temporal para as terras indígenas no Brasil. “Eles nos cercaram com segurança e continuaram a apertar nossos braços, continuaram a empurrar-nos e nós não estávamos mais protestando. Txai só pediu ajuda porque estava sofrendo essa violência. Não era mais um protesto, era um pedido de socorro à violência”, declarou nas redes sociais Thiago Karai Djekupe, líder guarani que fazia parte do grupo.

    De acordo com os indígenas, a ideia era manifestar uma posição na COP16, ao mesmo tempo em que ocorria a marcha contra o marco temporal em Brasília. Como o pedido para o ato só foi feito no mesmo dia, não houve tempo para emissão de autorização. “Imagina uma jovem mulher fazendo uma manifestação com as mãos pintadas de sangue. Não tinha nenhuma razão para que três policiais fortes fizessem ali uma abordagem, digamos, bastante desproporcional”, descreveu a ministra.

    Segundo a ministra Marina Silva, a organização da COP buscou as autoridades brasileiras para um pedido de desculpas e a devolução das credenciais que haviam sido retiradas dos ativistas indígenas. “Eles disseram que foi uma ação desproporcional, fizeram um pedido de desculpas, e que o pedido de desculpas não era uma coisa só verbal, que se materializava na devolução das credenciais.”

    Marina lembrou que em 2025, o Brasil sediará a COP30, em Belém do Pará, onde os organizadores deverão estar atentos para que episódios semelhantes não ocorram. “Obviamente que nós tomamos isso como um sinal para que tenhamos todos os cuidados, porque vamos ter uma COP em Belém que vai ter centenas de milhares de populações indígenas e de outros movimentos fazendo manifestações.”

    Deixe um comentário

    Deixe um comentário

    O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

    Artigos Recentes

    Categorias

    Artigos relacionados

    ameaca-de-trump-contra-brics-busca-manter-hegemonia-do-dolar
    Internacional

    Ameaça de Trump contra Brics busca manter hegemonia do dólar

    A ameaça feita pelo presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump,...

    protestos-na-georgia-repetem-roteiro-da-crise-entre-ucrania-e-russia
    Internacional

    Protestos na Georgia repetem roteiro da crise entre Ucrânia e Rússia

    A Georgia enfrentou nesse domingo (1º) a quarta noite seguida de intensos...

    ex-ministro-de-israel-acusa-governo-de-limpeza-etnica-em-gaza
    Internacional

    Ex-ministro de Israel acusa governo de limpeza étnica em Gaza

    O ex-ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, acusou o governo do...

    direitos-fundamentais-dos-palestinos-continuam-distantes,-diz-guterres
    Internacional

    Direitos fundamentais dos palestinos continuam distantes, diz Guterres

    Em mensagem, no Dia Internacional de Solidariedade para com o Povo Palestino,...