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Daniel Fernández Strauch, um dos sobreviventes da tragédia dos Andes, morreu nesta quinta-feira, 8, em Montevidéu, aos 79 anos. A morte foi confirmada por familiares e pelo escritor Pablo Vierci, autor do livro “A Sociedade da Neve”, que serviu de base para o filme homônimo indicado ao Oscar, dirigido pelo espanhol Juan Antonio Bayona.
Engenheiro agrônomo e ex-jogador do time de rúgbi Old Christians Club, Strauch tornou-se um dos rostos mais conhecidos da história que comoveu o mundo. Ele tinha 26 anos quando um avião da Força Aérea Uruguaia caiu a 3.600 metros de altitude na Cordilheira dos Andes, em 13 de outubro de 1972, com 45 pessoas a bordo. Treze morreram no impacto. Outros sucumbiram ao frio, aos ferimentos e a uma avalanche, até que, após 72 dias de sofrimento extremo, apenas 16 foram resgatados com vida.
Na montanha, Daniel assumiu uma das tarefas mais difíceis: organizar e distribuir os alimentos entre os colegas — missão que dividiu com os primos Eduardo e Adolfo Strauch. “Era a tarefa mais horrível de todas”, relembrou ele em entrevista à AFP em 2023. À medida que os dias passavam e os recursos se esgotavam, os sobreviventes tomaram a difícil decisão de se alimentar dos corpos dos que haviam morrido.
Juan Antonio Bayona, diretor do filme da Netflix, compartilhou em suas redes sociais uma das últimas fotos que tirou com Strauch, em outubro passado. “De todos os sobreviventes dos Andes, ele era um dos mais emotivos ao falar. Que humanidade ele tinha!”, escreveu o cineasta. Na tela, Strauch foi retratado como o mais tímido do grupo. “Na montanha, ele teve que assumir um papel muito difícil — como se algum deles tivesse sido fácil.”
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O ator Francisco Romero, que o interpretou no longa, também prestou homenagem. “Obrigado por compartilhar comigo sua incrível história e a dos seus amigos. Que sorte a minha poder te interpretar e te ouvir.”
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Além de participar de inúmeras entrevistas e homenagens ao longo das décadas, Strauch publicou, em 2012, o livro “Regreso a la montaña: una guía de supervivencia espiritual”, em que compartilha sua história de superação.
Com sua morte, já são quatro os sobreviventes da tragédia que faleceram desde o resgate: Javier Methol (2015), José Luis Inciarte (2023) e Álvaro Mangino (em março deste ano).
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