terça-feira , 13 maio 2025
    Saúde

    Movimentos negacionistas são desafio da imunização, diz Padilha

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    O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou nesta sexta-feira (4) que um dos aspectos negativos deixados pela pandemia de covid-19 foram os movimentos antivacina, que negam a importância da imunização e por isso são chamados negacionistas. Ele ressaltou a questão no contexto do lançamento da campanha nacional de vacinação da gripe, que começa segunda-feira (7) em todo o país, mas que cidades como Rio de Janeiro e São Paulo anteciparam.

    “A gente precisa vencer essa batalha. Temos que fazer no país um movimento nacional político, cultural, ideológico para enfrentar o negacionismo e superar as barreiras que a gente ainda tem em relação à vacinação. O Ministério da Saúde e a Fiocruz são barreiras fundamentais contra o negacionismo no nosso país”, disse Padilha, durante a recondução ao cargo para um mandato de quatro anos do presidente da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Mario Moreira.

    Para reverter a situação, Padilha conta com a força da mobilização cultural. “Tenho feito questão de falar com escolas de samba, com artistas que vão entrar com muito força na campanha da gripe”, afirmou.

    Padilha adiantou que vai lançar este mês uma grande campanha de saúde nas escolas com o ministro da Educação, Camilo Santana, para mobilizar crianças e professores a serem difusores da mensagem da imunização. O movimento também quer aproveitar o ambiente escolar para ser espaço de vacinação.

    “Tenho falado com lideranças religiosas de todas as religiões. Já levei o Zé Gotinha na Assembleia de Deus. Vou levar o Zé Gotinha a outras religiões, de matriz africana. Já falei com monges budistas, com rabinos, com lideranças muçulmanas, estou falando com várias lideranças evangélicas, com a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil). Vou levar o Zé Gotinha para todos os estádios de futebol. Estamos fazendo um acordo com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol), com os times de futebol”.

    Sarampo

    Sobre a campanha de vacinação contra o sarampo nos municípios prioritários para a imunização de bloqueio (Duque de Caxias, Mesquita, Belford Roxo, Nilópolis, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro, além de Itaboraí, São Gonçalo e Niterói), o ministro disse que quem tem muito contato com turista, como trabalhadores de rede hoteleira, taxistas, motoristas de aplicativo, vendedores, devem reforçar a imunização, porque o risco do sarampo vem dos Estados Unidos, da Europa, e de outros continentes.

    Foram registrados dois casos em São João do Meriti, na Baixada Fluminense. Em Brasília, um caso de sarampo foi importado. A paciente retornou de uma viagem internacional, na qual visitou cinco países, e realizou diversos voos antes de retornar à capital federal, no período do carnaval. 

    OMS

    Padilha também destacou a necessidade de fazer uma grande articulação com a presidência brasileira do bloco Brics para apoiar a Organização Mundial de Saúde (OMS). Em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou a saída do país da OMS.

    “Se o Trump resolveu cortar recursos para pesquisa de RNA mensageiro, cortar financiamento de pesquisadores, estimular o ódio naquele país contra pesquisadores de vacina de RNA mensageiro, que os pesquisadores saibam que há aqui um país e uma instituição, a Fiocruz, que está preparada para produzir e registrar a primeira vacina de RNA mensageiro no nosso país”, disse Padilha.

    “Nós vamos criar um ambiente de atração de pesquisadores para desenvolver aqui no Brasil aquilo que a extrema direita está querendo impedir de produzir nos Estados Unidos. Pesquisador que está nos Estados Unidos, temendo a perseguição e o corte de recursos feito pelo atual governo dos EUA, o Brasil, a Fiocruz, o Instituto Butantan, as universidades estão de portas abertas para criar um parque tecnológico”, convidou o ministro.

     O presidente da Fiocruz também ressaltou que os Estados Unidos estão atuando firmemente contra a ciência, contra o equilíbrio mundial nas ações globais de saúde daqueles que mais precisam.

    “A luta pela democracia não tem descanso nem em escala nacional nem em escala internacional. Temos que ficar atentos e fortes”.

    Tendo em vista a questão da segurança pública, Moreira observou que o problema tem afetado a saúde, em especial nas periferias. “O entorno da Fundação tem sofrido com isso. Essa questão afeta a saúde mental, das comunidades e dos trabalhadores”.

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