A mpox está sob vigilância global após a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarar a doença uma emergência de saúde pública global. O atual surto, causado pela circulação de uma cepa mais transmissível e letal, atinge, principalmente, países da África, mas já foram detectados casos na Suécia e na Tailândia.
A doença é caracterizada por sintomas como febre, dor de cabeça, mal-estar e erupções cutâneas, que podem surgir em qualquer parte do corpo, devido ao contato pele a pele com uma pessoa infectada. Segundo Celso Granato, médico infectologista e patologista clínico da Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial (SBPC/ML), o período de incubação do vírus da mpox varia de cinco a 21 dias.
Pelo fato de outras doenças também causarem sintomas semelhantes, – como infecções de pele, reações alérgicas, herpes-zóster e herpes simples – fazer um teste é fundamental para diagnosticar a mpox e diferenciá-la de outras condições de saúde.
O diagnóstico da mpox é feito de forma laboratorial. O mais comum é o teste de reação em cadeia da polimerase (PCR) em tempo real, uma técnica molecular que detecta o DNA do vírus de forma rápida e precisa.
“Esse teste é o mais confiável e seguro, sendo amplamente utilizado em laboratórios de referência como o Instituto Adolfo Lutz, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Instituto Evandro Chagas, além de laboratórios privados”, afirma o especialista.
Quando o teste é realizado e como é feito?
O teste para diagnóstico da mpox deve ser realizado em todos os pacientes com suspeita da doença, segundo o Ministério da Saúde.
Para realizar o teste, é coletada uma amostra da secreção das lesões na pele da pessoa com suspeita da doença. Se as lesões já estiverem secas, a amostra é coletada das crostas. Em seguida, essas amostras são direcionadas para laboratórios de referência, de acordo com a pasta.
Como ocorre a transmissão da mpox e como se proteger?
De acordo com a OMS, a transmissão de mpox pode acontecer de três formas:
- Por meio do contato direto com a pele infectada ou outras lesões, como na boca ou nos órgãos genitais;
- Por meio do toque pele com pele e boca-pele (incluindo sexo), boca a boca (beijo) e gotículas respiratórias provenientes do contato próximo e prolongado;
- Por meio de mordidas ou arranhões de animais infectados com o vírus da mpox e durante atividades como caça, captura, cozimento e/ou ingestão de animais contaminados.
Segundo o Ministério da Saúde, as principais formas de prevenção é evitar contato direto com pessoas com suspeita ou confirmação da doença e lavar regularmente as mãos com água e sabão. Pessoas infectadas devem cumprir isolamento social, que inclui não compartilhar materiais e objetos de uso pessoal, como toalhas, escovas, lençóis e roupas.
Além disso, a vacinação contra a mpox também é importante para prevenir a doença. Segundo o Ministério da Saúde, a imunização antes da exposição ao vírus está priorizando pessoas com maior risco de evolução para as formas graves da doença. Entre eles estão homens cisgêneros, travestis e mulheres transexuais com idade igual ou superior a 18 anos que vivem com o vírus HIV.
Além deles, funcionários de laboratórios que trabalham diretamente com microrganismo e têm entre 18 a 49 anos devem receber a imunização. A vacinação também prioriza pessoas que já tiveram contatos (classificados pela OMS como de alto ou médio risco) com fluidos e secreções corporais de pessoas suspeitas, prováveis ou confirmadas para mpox.
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