Como é possível que coisas assim ainda aconteçam no mundo? Que uma líder oposicionista como María Corina Machado seja presa no meio da rua, na véspera do que deveria ser a consagração da vitória de Nicolás Maduro?
Dá tristeza e vergonha ver isso acontecer diante de nossos olhos. É um atestado de atraso, de desplante, de sensação de total impunidade.
Mas é também um incêndio das pontes que ainda restavam, uma manifestação de fraqueza diante de uma mulher que não tem poder nenhum, a não ser a força moral de falar à maioria dos venezuelanos.
Quem poderá assistir oficialmente à farsa repugnante que foi programada para amanhã? Como qualquer governo explicará o envio de representantes um dia depois da prisão da líder da oposição? Os farrapos que ainda disfarçavam a pretensão de legitimidade do processo foram arrancados. Não há mais o mínimo espaço para pretextos.
“Não temos medo”, disse María Corina à multidão que havia convocado, mostrando a coragem e a ousadia forjadas na perseguição incessante, o que a levou a passar cinco meses sem aparecer em público.
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“Ouçam bem: isso se acabou. Toda a força que construímos, e que cresce a cada dia, nos prepara para terminar essa fase final. Façam o que façam amanhã, acabaram de se enterrar. O que farão amanhã sentencia o final do regime.”
Quem é mais forte: o ditador que parece ter o país inteiro na mão, desde os motoqueiros armados que financia até os mais estrelados generais que copiou, ou a mulher sequestrada e levada para destino desconhecido?
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