A Petrobras planeja investir no campo de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos, para elevar sua produção de volta ao patamar de 1 milhão de barris de petróleo por dia (bpd) em 2027, afirmou nesta quinta-feira (24) a diretora de Exploração e Produção da petroleira, Sylvia dos Anjos.
Tupi é o maior produtor de petróleo do Brasil, apesar de ter entrado em declínio nos últimos anos.
Em agosto, Tupi produziu 832,6 mil barris por dia (bpd), sendo seguido por Búzios, com 605,6 mil bpd, segundo dados da agência reguladora ANP.
“Nossa meta é chegar de novo a 1 milhão em Tupi, ele estava declinando, mas vai subir de novo”, disse dos Anjos, à Reuters.
“Isso será possível graças a novas perfurações. Búzios vai ultrapassar (Tupi), mas Tupi também está animado.”
O plano foi revelado enquanto a Petrobras trabalha em seu novo plano de negócios para o período de 2025-2029, que deverá ser divulgado em novembro.
Ela não deu detalhes, mas os investimentos em Tupi fazem parte de um amplo programa da petroleira em curso para aumentar produção de petróleo e gás e o tempo de vida dos campos onde atua.
Segundo a diretora, a Petrobras planeja perfurar 25 poços complementares na Bacia de Campos em 2025, em busca de novas descobertas de óleo e gás. Uma campanha complementar na Bacia de Santos também será feita, adicionou.
Mesmo com o trabalho para reverter o declínio natural da produção em Tupi, sua produção deve ser superada por Búzios, outro gigante de águas ultraprofundas no pré-sal da Bacia de Santos.
De acordo com a executiva, a expectativa é de que o Búzios supere a marca de 1 milhão de barris de óleo equivalente ao dia (boed) no segundo semestre do ano que vem –esse volume em boed, inclui gás.
Com as unidades produtoras previstas até o momento para o campo de Búzios, a Petrobras prevê produção na casa dos 2 milhões de barris de óleo por dia até 2030, segundo comunicado divulgado em abril.
Gás natural
Em meio ao trabalho para buscar mais rendimento em seus ativos, a Petrobras prevê elevar a produção de gás natural em cerca de 3 milhões de metros cúbicos por dia com a reabertura de dois poços no campo de Roncador, na Bacia de Campos, disse dos Anjos.
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, já havia informado a jornalistas no mês passado sobre os planos da companhia de reabrir um poço em Roncador com potencial para produzir 1,7 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia em 2025.
“Os dois juntos vão somar 3 milhões ao dia. Há um terceiro poço, mas o pessoal disse que ainda precisa de mais tempo para avaliar”, disse dos Anjos à Reuters.
A busca por mais produção de gás natural atende a anseios do governo federal, que vem demandando que a petroleira busque meios de elevar a oferta nacional do insumo.
Mais cedo, em evento no auditório da Coppe, da Universidade federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a executiva afirmou que a campanha exploratória na Foz do Amazonas, região com elevado potencial petrolífero da Margem Equatorial, poderá ser iniciada apenas em 2025, mesmo que uma autorização ambiental para exploração da área saia eventualmente em 2024.
Ele disse estar “frustrada” pelo fato de a Petrobras não ter obtido ainda a licença para a campanha exploratória, apesar de considerar que foram atendidos os principais condicionantes do Ibama.
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