Os preços do petróleo caíam mais de US$ 4 por barril nesta segunda-feira (28), depois que o ataque retaliatório de Israel contra o Irã no fim de semana não atingiu instalações petrolíferas e nucleares e não interrompeu o fornecimento de energia.
Tanto os futuros do petróleo Brent quanto os do U.S. West Texas Intermediate atingiram seus valores mais baixos desde 1º de outubro na abertura.
Por volta das 9h10 (horário de Brasília), o Brent caía 5,8%, a 71,62 por barril, enquanto o WTI perdia cerca de 6%, operando a US$ 67,31.
Os índices de referência tinham avançado 4% na semana passada em negociações voláteis, com os mercados avaliando a incerteza sobre a iminente eleição dos EUA e a extensão da resposta esperada de Israel ao ataque com mísseis iranianos em 1º de outubro.
Dezenas de jatos israelenses concluíram três ondas de ataques antes do amanhecer de sábado (26) contra fábricas de mísseis e outros locais próximos a Teerã e no oeste do Irã, na mais recente troca de agressões entre os rivais do Oriente Médio.
O prêmio de risco geopolítico que havia sido construído nos preços do petróleo em antecipação ao ataque israelense foi cancelado, disseram os analistas.
Não há dúvida de que a resposta de Israel foi fortemente influenciada pelo governo Biden antes das eleições nos EUA, disse John Evans, da corretora de petróleo PVM.
Enquanto isso, o analista do Commonwealth Bank of Australia, Vivek Dhar, não espera que haja uma rápida redução do conflito no Oriente Médio.
“Apesar de Israel ter optado por uma resposta de baixa agressão ao Irã, temos dúvidas de que Israel e os representantes do Irã (Hamas e Hezbollah) estejam no caminho certo para um cessar-fogo duradouro”, disse ele em uma nota.
O Citi reduziu sua meta de preço do Brent para os próximos três meses de 74 para 70 dólares o barril, levando em conta um prêmio de risco menor no curto prazo, disseram os analistas liderados por Max Layton em uma nota.
“A retórica dos ministros da Opep+ nas próximas semanas em torno da redução das cotas será um fator determinante para os preços, com o adiamento dos aumentos de produção se tornando mais provável devido às perspectivas fundamentais brandas e aos altos preços de equilíbrio necessários para a maioria dos membros do cartel”, disse Ashley Kelty, analista do Panmure Liberum.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e seus aliados, um grupo conhecido como Opep+, mantiveram a política de produção de petróleo inalterada no mês passado, incluindo um plano para começar a aumentar a produção a partir de dezembro. O grupo se reunirá em 1º de dezembro.
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