terça-feira , 18 fevereiro 2025
    Economia

    Prévia do PIB supera expectativa em novembro, mas aponta desaceleração da economia

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    Indicador ficou em 0,1% na comparação com outubro e teve queda em setores como indústria, varejo e serviços. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo/arquivo)

    O Índice de Atividade Econômica IBC-Br, conhecido como “prévia do PIB”, teve uma alta de 0,1% em novembro de 2024 de acordo com dados divulgados pelo Banco Central nesta quinta (16). O indicador é considerado como um sinalizador da economia brasileira e superou as expectativas do mercado para o mês, que giravam em torno da estabilidade na comparação com outubro.

    O resultado ficou positivo mesmo com a predominância de resultados negativos, como dos serviços (-0,9%), indústria (-0,6%) e vendas no varejo (-0,4%), segundo análise da Reuters.

    O IBC-Br do mês indica um leve crescimento na comparação com outubro (0,09%), mas uma desaceleração da economia após os resultados de setembro (0,7%) e agosto (0,3%). De janeiro a novembro de 2024, o índica acumula uma alta de 3,8%, e de 3,6% em 12 meses (desde novembro de 2023).

    “O desempenho acima do esperado pelo mercado, que antecipava uma queda no índice, suporta o ritmo econômico robusto que foi observado ao longo de 2024. Contudo, o aumento das taxas de juros no final de 2024 e a expectativa de novos aumentos em 2025, devem colocar pressões significativas no índice e é pouquíssimo provável que tenhamos uma repetição do crescimento de 2024 neste ano devido à política monetária contracionista e seus impactos na economia como um todo”, analisa Felipe Vasconcellos, sócio da Equus Capital.

    O resultado do IBC-BR é um dos vários indicadores levados em consideração pelo Comitê de Política Monetária (Copom) para definir a taxa básica de juros da economia. Embora tenha indicado uma desaceleração neste mês, a expectativa é de que a Selic seja elevada em 1 ponto percentual na reunião do final do mês – atualmente está em 12,25%.

    Analistas do mercado financeiro veem os juros num patamar de 15% até o final deste ano, enquanto que os bancos acreditam que este aumento chegará ao pico em junho e, posteriormente, começará a ser reduzida. A Selic é utilizada pelo Banco Central para segurar o avanço da inflação, que chegou a 4,83% em 2024, estourando o teto da meta de 4,5%.

    Isso levou o presidente da autarquia, Gabriel Galípolo, a ter que se explicar ao governo.

    “Diante de um cenário mais adverso para a convergência da inflação, o Comitê antevê, em se confirmando o cenário esperado, ajustes de mesma magnitude nas próximas duas reuniões. A magnitude total do ciclo de aperto monetário será ditada pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerá da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”, disse o economista na carta ao ministro Fernando Haddad (Fazenda).

    O resultado do PIB de 2024 ainda não está consolidado, mas a expectativa é de fechar em torno de 3,5%. Para 2025, o mercado financeiro prevê um resultado menor, de 2,02%.

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