O Grupo de Trabalho G20 Agro, que reunirá autoridades dos 20 países do bloco e mais dez países convidados, ocorrerá entre os dias 10 e 13 de setembro, em Chapada dos Guimarães (MT).
O Brasil sediar o G20 é considerado uma oportunidade para a construção de uma narrativa verdadeira e correta sobre o potencial do país, ao mesmo tempo em que se analisa o que ainda precisa ser feito e se realizam novas negociações e acordos.
Rico em produção de grãos e fibras, batendo recordes de safra a cada ano e detentor do maior rebanho bovino do país, com mais de 31 milhões de cabeças, Mato Grosso foi eleito o local ideal para sediar, entre os dias 10 e 13 de setembro, os debates do G20 Agro no Brasil. O encontro será realizado em Chapada dos Guimarães.
Para o ex-ministro da Agricultura e Pecuária, Blairo Maggi, o “G20 é uma grande oportunidade de produzir o que está faltando e realizar novas negociações e acordos”.
Durante o Fórum Internacional da Agropecuária (FIAP 2024), promovido pelo Canal Rural em Cuiabá (MT) nesta segunda-feira (9), Maggi destacou ainda que “se não estivermos presentes nas discussões, novas regras e imposições virão”.
Entre as principais pautas do Grupo de Trabalho da Agricultura, a serem debatidas em Mato Grosso, conforme o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), estão a sustentabilidade nos sistemas agroalimentares em seus múltiplos aspectos e a ampliação da contribuição do comércio internacional para a segurança alimentar e nutricional.
O atual ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, destacou que este é um momento propício para o Brasil assumir a presidência do G20, com foco em construir um mundo mais justo e sustentável.
Segundo ele, o tema escolhido pelo país “é muito importante, uma vez que não existe inclusão melhor do que o combate à fome“.
O G20 Agro reunirá autoridades dos 20 países do bloco e mais dez países convidados e é considerado o grupo de trabalho com a maior adesão.
G20 Agro em Mato Grosso
O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, ressaltou, durante o FIAP 2024, a importância da realização do G20 da Agricultura em Mato Grosso.
O estado possui 903.357 quilômetros quadrados de extensão territorial e abriga os biomas Cerrado, Amazônia e Pantanal. É cortado por seis rodovias federais, sendo a BR-163 a principal via de escoamento, ligando o norte e o sul do estado aos portos de Santos (SP), Paranaguá (PR) e Miritituba (PA).
“Mato Grosso sempre foi muito importante para o Brasil e, hoje, é importante para o mundo. O Brasil sediar o G20 é uma oportunidade de construir uma narrativa verdadeira e correta sobre o potencial incrível deste país”, afirmou Viana.
Soluções sobre sustentabilidade alimentar
O FIAP trouxe discussões profundas sobre o setor, com as principais referências do agronegócio brasileiro e mundial.
Durante o evento, o B20, representando a iniciativa privada dos países do G20, lançou um conjunto de recomendações que prometem impulsionar uma transformação significativa nos sistemas alimentares globais. O documento foi oficialmente entregue ao ministro da Agricultura e Pecuária.
Entre as contribuições estão o aumento da produtividade, a liberação de recursos financeiros e uma maior participação das tradings como agentes financiadores.
Também foi entregue ao ministro e aos chefes de delegação do G20 Agro uma carta magna, desenvolvida pelos embaixadores do FIAP, Teka Vendramini, integrante do Conselho Consultivo do B20 Brasil, e o professor Dr. José Luiz Tejon, da Audencia França e Fecap Brasil, reunindo todas as contribuições discutidas nos painéis do evento.
O documento mostra quais são os próximos passos e como o Brasil precisa se posicionar para ser protagonista na produção de alimentos e na segurança alimentar do planeta.
Código Florestal global e Green Deal
O Pacto Ecológico Europeu, chamado de Green Deal, que traz uma série de medidas sociais e comerciais a fim de alcançar a neutralidade climática da União Europeia até 2050, foi um dos assuntos debatidos no FIAP, no painel “Novas regras e modelos para garantir a segurança alimentar do planeta”, com a participação do conselheiro da União Europeia no Brasil, Laurent Javaudin.
“Quando fizemos essa nova legislação, não foi porque quisemos. Fomos cobrados a fazer, afinal de contas, estávamos comprando de quem desmatava. Elaboramos as regras pensando naqueles países que não fazem nada para combater o desmatamento. Acreditem, o Brasil está muito bem quanto a isso”, disse Javaudin.
O ex-ministro e relator do Código Florestal Brasileiro, Aldo Rebelo, ressaltou durante o Fórum em Cuiabá que as obrigações ambientais aos produtores rurais do Brasil são as mais exigentes do mundo.
Segundo Rebelo, nenhum país do mundo impõe tantas exigências como aquelas que o produtor brasileiro enfrenta.
“Nenhum produtor, seja norte-americano, europeu ou asiático, está sujeito a ceder 80% de sua propriedade à proteção do meio ambiente como acontece no bioma amazônico, que corresponde a mais da metade do território do país”, disse.
“Estamos às vésperas da Conferência de Mudanças Climáticas, que acontecerá no Pará, em 2025, e ainda não apresentamos à agenda internacional um Código Florestal mínimo, que seja obedecido por todo o mundo, com uma base a partir da qual todos os países e produtores tenham o mesmo compromisso ou sejam submetidos às mesmas renúncias”.
O FIAP 2024 é apoiado por diversas entidades, incluindo a CNA, Sistema Famato, CNI, CropLife e outras, com patrocínios da JBS, Apex Brasil, John Deere, Senar MT, e apoio de conteúdo da CNN Brasil.
Parceria de conteúdo da CNN Brasil com o Canal Rural na cobertura do G20 Agro
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