
Continua após publicidade
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quinta-feira, 6, que vai adiar mais uma vez a implementação de tarifas sobre as importações vindas do México. Movimento semelhante ocorreu no início de fevereiro, quando a taxação foi adiada por um mês após concessões da líder mexicana, Claudia Sheinbaum.
Segundo uma publicação de Trump em sua rede social, a Truth, o México não terá que pagar tarifas sobre nenhum produto que se enquadre no USMCA (acordo comercial entre Estados Unidos, México e Canadá).
O adiamento da taxação será válido até 2 de abril, data em que outros impostos anunciados por Trump devem começar a valer. A partir desse dia, entrarão em vigor as chamadas “tarifas recíprocas”, em que os Estados Unidos passarão a cobrar por produtos importados uma taxa equivalente à que seus respectivos países de origem impõem sobre as mercadorias americanas, geralmente mais alta. A expectativa é de que o Brasil seja afetado.
Graças aos acordos de livre comércio USMCA, de 2020, e seu antecessor, o NAFTA, México e Canadá são os principais parceiros de negócios dos Estados Unidos – representando quase 30% do fluxo comercial americano. Foi Trump, aliás, quem encampou o USMCA em seu primeiro mandato, introduzindo mais proteções, por exemplo, para a indústria automobilística americana. No entanto, Trump 2.0 já não vê com bons olhos sua obra do passado, dobrando a aposta no protecionismo.
A negociadora
O anúncio ocorreu após um telefonema com Claudia Sheinbaum, que tem se revelado hábil negociadora com o errático presidente americano.
Continua após a publicidade
“Fiz isso como uma acomodação e por respeito à presidente Sheinbaum. Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos Estados Unidos quanto, da mesma forma, impedir o fentanil”, escreveu ele na postagem, referindo-se à droga que se espalha com rapidez epidêmica pelas ruas de seu país.
A reversão abrupta levantou questões imediatas sobre o futuro das tarifas americanas sobre o Canadá. Trump atacou Justin Trudeau, seu homólogo canadense, pouco antes de anunciar a isenção temporária para exportações mexicanas.
Setor automotivo respira
Na quarta-feira 5, o presidente americano já havia anunciado um adiamento de um mês das tarifas sobre automóveis vindos do México e do Canadá, com a justificativa de que as três grandes montadoras dos Estados Unidos, a Stellantis, Ford e General Motors, pediram mais tempo para transferir sua produção para solo nacional, “onde não pagarão tarifas”.
Continua após a publicidade
Como lembrou Juliana Elias, de VEJA, as taxações sobre o México e Canadá devem encarecer carros nos Estados Unidos. Anteriormente, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sugeriu que os valores dos impostos poderiam ser eventualmente reduzidos.
As empresas, ansiosas em meio à incerteza sobre como reagir a cada giro de 180 graus, ainda estão no limbo sobre a finalização de novos planos de produção.
PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Deixe um comentário