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Com medo de novos abalos, muitos moradores e visitantes começaram a deixar Santorini, um dos destinos turísticos mais cobiçados da Grécia, nesta segunda-feira, 3, após a ilha ser atingida por mais de 200 tremores durante o final de semana. O mais forte deles registrou 4,6 pontos de magnitude na escala Richter, o que é considerado um tremor leve, e uma nova reunião das autoridades foi marcada para esta segunda para avaliar os riscos e danos dos terremotos.
O popular destino de férias, apelidado de “Ilha do Instagram”, recebe cerca de 3,4 milhões de turistas por ano, número muito maior que os 20 mil moradores da região. Os visitantes continuam lotando a ilha mesmo com a alta taxa de terremotos.
Com voos esgotados e balsas sobrecarregadas, a Aegean Airlines, principal companhia aérea grega, dobrou a oferta de voos de Santorini para Atenas, enquanto as empresas náuticas aumentaram as rotas e o número de embarcações para atender à alta demanda.
O aumento na frequência e intensidade dos tremores em Santorini gerou preocupação entre especialistas.
“O número de tremores aumentou, as magnitudes cresceram e os epicentros mudaram para nordeste… O nível de risco subiu consideravelmente”, disse em uma publicação nas redes sociais o sismólogo Gerassimos Papadopoulos.
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Embora os tremores sejam classificados como tectônicos, e não vulcânicos, as autoridades não descartam cenários mais graves. Por precaução, escolas de Santorini e das ilhas vizinhas foram fechadas até sexta-feira, 7, e os habitantes receberam orientações para evitar prédios antigos, grandes aglomerações e áreas costeiras, caso ocorra um tsunami. Equipes de resgate, médicos e forças especiais foram mobilizados para a região, e tendas foram erguidas para atender possíveis vítimas.
Equipes médicas de emergência continuam chegando à ilha, acompanhadas por forças especiais e unidades de resgate. Drones também foram enviados para monitorar a situação. O envio do Exército não foi descartado pelas autoridades. Caso o risco de tsunami se concretize, a população foi orientada a se dirigir para áreas mais altas no interior, onde equipes de resgate prepararam um ponto de apoio, montando tendas em uma quadra de basquete próxima ao principal hospital da ilha.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, pediu calma à população e garantiu que o governo está acompanhando a situação de perto. “Peço que os moradores sigam as orientações das autoridades e evitem o pânico”, declarou em Bruxelas, onde participa de um encontro de líderes da União Europeia.
A ilha de Santorini faz parte do chamado Arco Vulcânico Helênico, um dos mais ativos da Europa, com mais de 100 mil tremores registrados nos últimos 400 mil anos. O último terremoto mais grave que aconteceu na ilha foi em nove de julho de 1956. O tremor de magnitude 7,5 foi seguido de um tsunami de 25 metros que deixou 53 mortos, mais de 100 feridos e um terço das casas destruídas.
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