quinta-feira , 20 março 2025
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    Ucrânia aceita termos de acordo para dar aos EUA acesso a minerais estratégicos

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    (COMBO) This combination of pictures created on February 19, 2025 shows, L-R, US President Donald Trump in Palm Beach, Florida, on February 18, 2025 and Ukraine's President Volodymyr Zelensky in Kyiv on February 19, 2025. US President Donald Trump called Ukrainian leader Volodymyr Zelensky a
    O presidente dos EUA, Donald Trump (esq.), e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky. 19/02/2025 – (Roberto Schmidt e Tetiana Dzhafarova/AFP)

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    Os Estados Unidos e a Ucrânia concordaram com os termos de um rascunho de um acordo sobre minerais estratégicos, nas terras-raras ucranianas, na noite de terça-feira 25. A transação é considerada essencial para Kiev para ganhar o apoio de Washington, enquanto o presidente americano, Donald Trump, tenta encerrar a guerra com a Rússia o mais rápido possível.

    A agência de notícias Reuters afirmou que uma fonte próxima às negociações relatou que o pacto não especifica nenhuma garantia de segurança dos Estados Unidos para a Ucrânia, nem sequer a continuidade do fluxo de armas americanas doadas. No entanto, o texto diz que Washington que que a Ucrânia seja “livre, soberana e segura”.

    Futuras remessas de assistência militar ainda estão sendo discutidas entre as partes, segundo a Reuters.

    Mediante o acordo, os Estados Unidos e a Ucrânia estabeleceriam um Fundo de Investimento de Reconstrução para coletar e reinvestir receitas de fontes ucranianas, incluindo minerais, hidrocarbonetos e outros materiais extraíveis. Kiev contribuiria para o fundo com 50% da receita, subtraindo despesas operacionais, até que as contribuições atinjam a soma de US$ 500 bilhões. Washington, por sua vez, estabeleceria um compromisso financeiro de longo prazo para o desenvolvimento de uma “Ucrânia estável e economicamente próspera”.

    Reembolso

    Depois de uma amarga troca de insultos na semana passada, Trump afirmou a repórteres que seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, quer ir a Washington nesta sexta-feira, 28, para assinar um “acordo muito grande”.

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    Uma reunião na Casa Branca poderia dar a Zelensky uma chance de defender seu caso para o apoio contínuo de Trump, que na semana passada acusou falsamente Kiev de começar a guerra e chamou o colega de “ditador”.

    O presidente americano propôs o acordo de minerais como um reembolso pelos bilhões de dólares em ajuda financeira e militar a Kiev. Essencialmente, sua assinatura abriria a vasta riqueza mineral da Ucrânia para os Estados Unidos.

    “O que estamos fazendo agora é dizer, olha, queremos estar protegidos”, disse Trump. “O contribuinte americano agora vai receber seu dinheiro de volta, mais.”

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    A Ucrânia tem depósitos de 22 dos 34 minerais identificados pela União Europeia como “críticos”, de acordo com dados ucranianos, incluindo materiais industriais e de construção, ferroligas, metais preciosos e não ferrosos e alguns elementos de terras-raras. As reservas de grafite no país, um componente-chave em baterias de veículos elétricos e reatores nucleares, representam 20% dos recursos globais.

    Garantias

    Zelensky se recusou a assinar um rascunho anterior, enquanto Washington buscava direitos a US$ 500 bilhões em terras-raras da Ucrânia. Kiev protestou que havia recebido muito menos do que isso em assistência dos Estados Unidos, e que o acordo não tinha as garantias de segurança de que seu país precisa.

    Trump também concedeu que forças de manutenção de paz seriam necessárias na Ucrânia após um acordo para o fim da guerra. Moscou, que invadiu o país vizinho há três anos, se recusou a aceitar a presença de militares da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) perto de suas fronteiras.

    A pressa de Trump em impor o fim à e sua guinada em direção a Moscou alimentaram temores de que os Estados Unidos façam concessões demais ao presidente russo, Vladimir Putin, que poderiam minar a segurança da Ucrânia e da Europa, além de alterar o cenário geopolítico. Na semana passada, abriu conversas sobre o fim da guerra na Ucrânia com a Rússia, desprezando Kiev e nações europeias, e alertando que Washington não estaria mais focada na segurança do velho continente.

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